Ministério Público vai investigar denúncia feita em vídeo por Roque Barbiere (PTB), integrante da base governista
Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo
Denúncia do deputado Roque Barbiere (PTB) sobre maracutaia na Assembleia
Legislativa de São Paulo é alvo de investigação do Ministério Público Estadual.
Segundo Barbiere, "tem bastante" parlamentar ganhando dinheiro por meio da venda
de emendas e fazendo lobby de empreiteiras junto a administrações municipais.
"Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive e sobrevive e enriquece
fazendo isso", afirma.
Ele estima que entre 25% e 30% dos deputados adotam essa rotina. A Assembleia paulista abriga 94 parlamentares. É o maior Legislativo estadual do País. Pelas contas de Barbiere, cerca de 30 pares seus se enquadram no esquema de tráfico de emendas.
O petebista, pelos amigos e eleitores chamado Roquinho, não cita nomes. Sua explicação. "Poderia (citar), mas não vou ser dedo-duro e não vou citar." Dá uma pista. "Mas existe, existe do meu lado, existe vizinho, vejo acontecer. Falo para eles inclusive para parar."
O Estado procurou Barbieri e seus assessores nos últimos dias. Foram deixados recados no gabinete, no escritório político e no celular do deputado. Ninguém respondeu.
Revela-se um conselheiro daqueles que trilham o caminho do desvio. "Aviso que se um dia vier a cassação do mandato deles para não vir me pedir o voto que eu vou votar para cassá-los. Mas não vou dedurar."
As revelações de Barbiere foram gravadas em áudio e vídeo. Ele as fez ao programa Questão de Opinião, em um canal de internet, conduzido pelo professor e entrevistador Arthur Leandro Lopes. São 40 minutos de depoimento, concedido em 10 de agosto no sítio do deputado, em Coroados (SP), em meio a cães e gansos. O resumo do que disse o petebista foi publicado no jornal Folha da Região, de Araçatuba, na coluna assinada por Arthur.
Em sua cidade, Birigui – 110 mil habitantes, receita bruta de R$ 135,2 milhões em 2010, vizinha de Araçatuba, a 510 quilômetros de São Paulo –, Barbiere foi açougueiro, bancário, gerente de imobiliária, "professor de educação física que nunca deu aula, advogado que nunca advogou e picareta vendedor de fazenda", como se define.
Base aliada. Cumpre o sexto mandato consecutivo de parlamentar estadual, está na política há 29 anos. Integra a base aliada do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e está no partido do colega Campos Machado, um dos mais influentes aliados de Alckmin e dos governos tucanos de São Paulo. Conhece como poucos o Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo paulista.
"É verdade que está cheio de deputados que vendem emendas, trabalham para empreiteiras, fazem lobby com prefeituras, inclusive vendendo projetos educacionais?", pergunta o entrevistador ao deputado.
"Não é que tá cheio, tem bastante que faz isso", responde o petebista. "Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive e sobrevive e enriquece fazendo isso." De 100% estima quantos? "De 25 a 30%."
Ele afirma que não faz parte do grupo à margem da lei e da ética. "Já fez isso?" "Nunca."
Ele estima que entre 25% e 30% dos deputados adotam essa rotina. A Assembleia paulista abriga 94 parlamentares. É o maior Legislativo estadual do País. Pelas contas de Barbiere, cerca de 30 pares seus se enquadram no esquema de tráfico de emendas.
O petebista, pelos amigos e eleitores chamado Roquinho, não cita nomes. Sua explicação. "Poderia (citar), mas não vou ser dedo-duro e não vou citar." Dá uma pista. "Mas existe, existe do meu lado, existe vizinho, vejo acontecer. Falo para eles inclusive para parar."
O Estado procurou Barbieri e seus assessores nos últimos dias. Foram deixados recados no gabinete, no escritório político e no celular do deputado. Ninguém respondeu.
Revela-se um conselheiro daqueles que trilham o caminho do desvio. "Aviso que se um dia vier a cassação do mandato deles para não vir me pedir o voto que eu vou votar para cassá-los. Mas não vou dedurar."
As revelações de Barbiere foram gravadas em áudio e vídeo. Ele as fez ao programa Questão de Opinião, em um canal de internet, conduzido pelo professor e entrevistador Arthur Leandro Lopes. São 40 minutos de depoimento, concedido em 10 de agosto no sítio do deputado, em Coroados (SP), em meio a cães e gansos. O resumo do que disse o petebista foi publicado no jornal Folha da Região, de Araçatuba, na coluna assinada por Arthur.
Em sua cidade, Birigui – 110 mil habitantes, receita bruta de R$ 135,2 milhões em 2010, vizinha de Araçatuba, a 510 quilômetros de São Paulo –, Barbiere foi açougueiro, bancário, gerente de imobiliária, "professor de educação física que nunca deu aula, advogado que nunca advogou e picareta vendedor de fazenda", como se define.
Base aliada. Cumpre o sexto mandato consecutivo de parlamentar estadual, está na política há 29 anos. Integra a base aliada do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e está no partido do colega Campos Machado, um dos mais influentes aliados de Alckmin e dos governos tucanos de São Paulo. Conhece como poucos o Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo paulista.
"É verdade que está cheio de deputados que vendem emendas, trabalham para empreiteiras, fazem lobby com prefeituras, inclusive vendendo projetos educacionais?", pergunta o entrevistador ao deputado.
"Não é que tá cheio, tem bastante que faz isso", responde o petebista. "Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive e sobrevive e enriquece fazendo isso." De 100% estima quantos? "De 25 a 30%."
Ele afirma que não faz parte do grupo à margem da lei e da ética. "Já fez isso?" "Nunca."
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