Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
A executiva estadual do PTB dissolveu o diretório municipal da sigla em Diadema e expulsou a única vereadora do partido na cidade, Marion Magali de Oliveira. O motivo foi a discordância dos petebistas locais com o plano paulista de lançamento de candidatura própria ao Paço.
O ápice da crise de relacionamento aconteceu quando Reali disse publicamente que haveria retaliações a partidos que cogitassem candidatura própria, caso do PTB e do PV. A ameaça fez com que Marion começasse a articular a manutenção do PTB na base aliada - a vereadora detém seis cargos na Prefeitura, toda cota oferecida aos petebistas. A movimentação não foi bem aceita na executiva estadual.
"O Mário Reali, que é meu amigo, começou a ameaçar o partido com demissões. Não aceito chantagem, pressões e só trabalho em nome da dignidade", reiterou o cardeal do PTB. "Sinto muito a saída da Marion e desejo que tenha boa sorte. Mas prefiro perder do lado certo a ganhar do lado errado", completou.
Campos já confirmou o nome da sigla na corrida eleitoral em Diadema: a diretora regional do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, Silvana Guarnieri. A sindicalista, inclusive, ficará encarregada de encabeçar a comissão provisória do PTB na cidade, que inicia os trabalhos hoje. A principal missão de Silvana será impulsionar sua candidatura, já que é pouco conhecida na cidade e no meio político.
O presidente destituído do diretório do PTB em Diadema, Eduardo Jorge Tavares, não comentou a intervenção estadual. Disse que hoje definiria o futuro do grupo político de Marion. "A vereadora e eu estamos conversando o que vamos fazer. Amanhã (hoje) iremos falar para qual partido iremos", revelou.
Marion não atendeu os telefonemas da equipe do Diário e também não compareceu à sessão da Câmara ontem. (colaborou Cynthia Tavares)
PSD desconfia de filiação de vereadora
Um dos caminhos cogitados para abrigar a vereadora Marion de Oliveira, o PSD de Diadema pode fechar as portas para o ingresso da parlamentar. Verbalmente acertada com líderes da sigla, ela não dá notícias há dois dias, fato que gerou insatisfações no partido recém-fundado.
O presidente provisório do PSD municipal, Cacá Viana, disse que tentou entrar em contato com Marion, mas não conseguiu. Avaliou que a postura da vereadora mostra que ela não pretende ingressar na legenda.
"Ela tem fatura a ser cobrada pelo José Augusto (pré-candidato a prefeito pelo PSDB). Por isso acredito que ela não venha. Até desligou o celular para não me atender", contou Viana.
O PSDB não está disposto a abrigar Marion. Em 2008, ela só conseguiu se eleger graças à coligação proporcional firmada às vésperas da eleição. Só que, com a derrota de Zé Augusto, ela migrou para a base aliada de Mário Reali (PT). Muitos tucanos consideraram como traição a atitude da parlamentar. RR
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