quinta-feira, 12 de julho de 2012

Deputados cobram de Barbieri nomes dos que vendem emendas


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Deputados da base do governo e da oposição cobram o deputado Roque Barbiere (PTB) a divulgar quais são os parlamentares da Assembleia de Legislativa que estariam vendendo emendas. A acusação, revelada ontem (23), foi feita por Barbiere (à dir.) em uma entrevista a um canal de internet. Segundo ele, de 25% a 30% dos 94 deputados da Casa enriquecem fazendo isso. O líder do PSOL, Carlos Giannazi, protocolou no Conselho de Ética um pedido de investigação do caso. O deputado afirma que o Barbiere deve revelar o que sabe sobre o suposto esquema. “É estarrecedor. Se ele sabe de alguma coisa, por que não foi à tribuna da Casa? Por que não foi à Corregedoria ou procurou o Conselho de Ética?”, questionou. O líder do PT na Casa, Ênio Tatto, classificou como “graves” as denúncias e instou Barbiere a ser mais específico. “Tem que começar a falar os nomes. Se não, deixa todo mundo na berlinda, como suspeito”. Na mesma toada seguiu o líder do PSDB, Orlando Morando.
“A forma generalizada é uma coisa nociva. Precisa identificar quem são os 30%”, disse Morando. Tatto afirmou que iria procurar a Corregedoria da Assembleia para pedir providências. O Legislativo paulista, no entanto, está sem um corregedor desde junho, quando expirou o mandato de Célia Leão (PSDB). Segundo a Casa, porém, o caso precisa ser tratado na Comissão de Ética, conforme manda o estatuto.

Milton Leite Filho (DEM), que tem gabinete ao lado do de Barbiere, afirmou que “os vizinhos referidos são de sua região de atuação, Birigui (interior de São Paulo)” e que “nunca possuiu vínculo” com Barbiere. Ele engrossou a pressão para que o deputado revele o que sabe. “Com a palavra, o deputado Barbiere. Que cite os deputados”.

Defesa

O único parlamentar a defender Barbiere foi o líder do PTB, Campos Machado. “Ele tem um excelente caráter, é um homem de família. Isso aí (as acusações) deve ter sido pinçado de um contexto. Ele tem um respeito muito grande pela Assembleia”. Machado afirmou que em seus 20 anos no Legislativo nunca ouviu falar em venda de emendas e disse que Barbiere é um homem “honrado e leal” . “É difícil encontrar um caráter como o daquele baixinho”.


Denúncia de Barbiere foi 'uma bomba'

“Caiu como uma bomba”, declarou hoje, 24, o deputado Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia, referindo-se às denúncias do deputado Roque Barbiere (PTB) sobre suposto esquema de venda de emendas parlamentares. “O sentimento geral na Casa é de perplexidade, choque, estarrecimento. (Barbiere) vai ter que falar.”

Preocupado com o impacto das declarações do petebista, Munhoz convocou para segunda-feira (26) reunião do Colégio de Líderes, em caráter excepcional. “Nunca houve denúncias sobre isso aqui. Estou sem entender o que ele (Barbiere) fala.”

Se a Mesa entender que é cabível o caso será submetido ao Conselho de Ética. “Evidente que quem faz uma afirmação dessas tem que explicar porque disse. Qualquer sanção é competência do Conselho.”

Munhoz asseverou que tramitação de emendas no Poder que preside “segue rito extremamente rigoroso e com ampla publicidade”, desde a indicação à Casa Civil, à secretaria de Estado e prefeituras. “A assinatura de convênios é pública, todo o acompanhamento é público. Nada é feito sem prestação de contas.” (Agência Estado, 24/9/11)

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